terça-feira, 20 de outubro de 2009

10 Codigos de Conduta por Bertrand Russell



1-Não tenhas certeza absoluta de nada.

2-Não consideres que valha a pena proceder escondendo evidências, pois as evidências inevitavelmente virão à luz.

3-Nunca tentes desencorajar o pensamento, pois com certeza tu terás sucesso.

4-Quando encontrares oposição, mesmo que seja de teu cônjuge ou de tuas crianças, esforça-te para superá-la pelo argumento, e não pela autoridade, pois uma vitória dependente da autoridade é irreal e ilusória.

5-Não tenhas respeito pela autoridade dos outros, pois há sempre autoridades contrárias a serem achadas.

6-Não uses o poder para suprimir opiniões que consideres perniciosas, pois as opiniões irão suprimir-te.

7-Não tenhas medo de possuir opiniões excêntricas, pois todas as opiniões hoje aceitas foram um dia consideradas excêntricas.

8-Encontres mais prazer em desacordo inteligente do que em concordância passiva, pois, se valorizas a inteligência como deverias, o primeiro será um acordo mais profundo que a segunda.

9-Sê escrupulosamente verdadeiro, mesmo que a verdade seja inconveniente, pois será mais inconveniente se tentares escondê-la.

10-Não tenhas inveja daqueles que vivem num paraíso dos tolos, pois apenas um tolo o consideraria um paraíso.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Casar ou não casar




Compreendi o que só mal adivinhava há tempos atrás, hoje tenho plena convicção sobre relacionamentos. Para todos os lados que olho encontro frustrações, casamentos desfeitos, namoros desgastados e relacionamentos fracassados.
Não importa, todo tipo de relacionamentos que o tempo não perdoa.

A vida é dura, vêem as adversidades, os dias não são iguais, nosso humor é inconstante, conviver uma arte. Mas cadê aquela promessa de felicidade plena conjecturada a dois? Aquele tão sonhado matrimonio. Onde fica o compromisso, a lealdade hoje tao anacrônica ? Ser coerente com suas escolhas, não atribuir a outrem os fracassos que surgem no horizonte.

Ok, não deu certo, existe o divorcio, tenta novamente. Afinal promessas eternas são poeiras ao vento, se perdem no tempo. Não prevíamos o futuro. Pobre geração de nossos avôs. Ate legalmente era impedidos de solucionar esse problema, isso não muito tempo atrás. Mas esqueceram de avisá-los, não deu certo;
-Separa!

Afinal não é sinal dos novos tempos, assim que resolvem os imediatistas. Sim tudo bem, mas e a famosa traição, será que existem casamentos sem traição? Sinceramente não sei, mas tenho certeza se não houve traição ainda, foi porque a tentação não foi suficiente.

Geralmente a traições mais escandalosas aparecem-nos mais ¨perfeitos¨ casamentos, talvez por serem perfeitos demais para serem verdade, claro quanto maior a confiança maior representa a traição.

Traição e tempo, um é uma questão do outro em casamento, assim como Byron disse que o casamento vem do amor como o vinagre do vinho.
Será que Nelson Rodrigues estava certo quando disse que, ¨só cinismo redime um casamento. É preciso muito cinismo para que um casal chegue às bodas de prata. ¨

Hoje em dia esse habito de separar é indissociável para a solução dessa sociedade chamada casamento. Quero dizer que quando a sociedade (matrimonio) falha, ou seja, não é mais benéfica para nenhuma dos lados, ao menos para um.

Muitos criticam a igreja católica, por manterem seus dogmas inalterados pelos séculos adentro. Inclusive aos olhos de Deus só se casa uma vez. Admiro essa sagacidade, porque se existem coisas que aprecio na espécie é fidelidade de propósitos e lealdade.
Uma vez prometido ate a morte, nada mais ético de seguir a risca. E não pense que problemas conjugais, dificuldades com relacionamentos, sejam problemas modernos.

Chamfort, escritor francês, grande observador dos costumes humanos e que viveu no século XVIII, disse; O divórcio é tão natural que em muitas casas dorme todas as noites entre os cônjuges.

A equação não mente. Paixão tem validade, amar é árduo na dificuldade, ingratidão é uma patente que marca a raça humana, o desprezível cuspir no prato que come. Se a traição não é um numero ímpar entre casais, no pensamento se faz par. Temos por instinto sexual o maior motor da vida, a mecânica da vontade. As paixões que nos impulsiona a conquistar espaço na sociedade, ser alguém, amealhar bens materiais, se destacar de alguma forma. Na realidade por trás esta o instinto procriador apontado por Schopenhauer na filosofia da vontade e posteriormente teorizada por Freud na psicanálise, onde o amor é um mero instrumento e estratagema da natureza.

Mas não pretendo ir tão a fundo a minha prosa, tampouco analisar a epistemologia da coisa. O fato é que acima de tudo queremos ser felizes, mas confundimos buscar felicidade, com paixão, com instinto sexual. Porque será que quando a paixão vai embora, na maioria dos casos o relacionamento desmorona.
Ocorre que a felicidade esta escapando de nossas mãos, o casamento não cumpre sua missão.

Essa aritmética parece complicada, se não entendermos que nos move num relacionamento é o instinto determinado, e não estamos seguindo o caminho da felicidade, que não representa na forma de outra pessoa. Muito menos se confundimos paixão com amor, e se amamos o que essa pessoa representa ou possui, sem atender para o fato que só podemos amar o que uma pessoa é, seu caráter, sua personalidade. Casar sem amar é um investimento que não se paga, dos males, os menores.

Adolescentes crêem ter encontrado felicidade na primeira paixão, e muitos se tornam adultos mensurando a felicidade em relacionamentos. O mais interessante em brigas de casamentos de anos, que já tomam o seu casamento como algo irreversível, é aquela velha acusação;
-Se eu tivesse casado com fulano (a) teria sido mais feliz!

Por isso que Mark Twain ironizou dizendo que o amor é aquilo que depois do casamento se chama engano. Ledo engano! Atribuir ao outro suas frustrações é a primeira covardia do ser - humano. Assumir para si a responsabilidade de sua vida é o primeiro passo no caminho da liberdade.
¨A felicidade não é uma questão fácil; é muito difícil encontrá-la em nós mesmo, e impossível encontrá-la alhures. ¨Chamfort

O mais incrível, por mais absurdo que parece conheço casais que levaram 30, 40 anos ou mais para descobrirem que se enganaram. Claro oras, não vamos esquecer que os filhos e a estabilidade financeira trazem a sensação de que esta tudo bem nos primeiros anos. São inúmeras as muletas morais do casamento.

Não tenho soluções, não existe remédio para curar casamentos. Não existe formulas de amor eterno. Mas aconselho a todos que não considere o relacionamento como unica forma de ser feliz nesse universo,  aprecie verdadeiramente a única companhia capaz de proporcionar felicidade plena se tiver maturidade- nós próprios. E não venda sua honestidade nesse jogo de riscos, é um preço que não vale à pena.
De minha parte, não prometi e jurei a ninguém felicidades incondicionais eternas. Em frente a toda uma família, sociedade e religião, num altar e dito; ate a morte nos separe! ¨O amor, disse Chamford - tal como existe na sociedade, não passa da troca de duas fantasias e do contacto de duas epidermes. ¨

Encontro grande deleite com minha companhia, e o que menos gosto dessa companhia é a necessidade ocasionais de ter outras companhias. Confesso isso que atrapalha às vezes essa paz de espírito.

Vale mencionar Buda:
"Às vezes precisamos possuir algo, para percebermos que não precisamos dela"

A filosofia, a psicologia moderna, não tem formulas exatas para uma possível cura do casamento. Mas afinal o ser - humano não é uma ciência exata. Mas acredito nas novas gerações. Minha filha com apenas cinco anos, apresenta surpreendente sabedoria pela idade nesses assuntos, para grande espanto meu. Ela é uma autentica balzaquiana, com o ônus da economia de trinta anos de frustrações e casamento falido. Afinal faz parte de uma geração que cresce em famílias ¨modernas¨. Pais separados, convívio com namorados de pais, madrastas, padrastos, guarda compartilhada, hoje em dia cada vez mais comum.

Aguardo o crescimento dessa nova geração com boas expectativas em possíveis atitudes mais sabias, que possam talvez contribuir como amalgamas em nossas relações.

Como já foi dito, o amor nos homens é fundo, mas nas mulheres é tudo. Para muitas mulheres a possibilidade de passar toda a vida só, é algo que não fazem parte nem em suas cogitações mais esdrúxulas. Numa pesquisa de uma revista feminina no Brasil, o maior sonho de quase 100% das moças de 18 a 20 anos de idade era se casar e ter filho. Entre os homens, quase nenhum respondeu isso. Queriam ser bons profissionais, fazer grandes viagens, etc. Agora pasmem, 72% dos pedidos de divorcio no Brasil são feitos por mulheres.

Não pretendo convencer ninguém de que o caminho é a solidão, mas independente de estarmos casados, compartilharmos nossa vida com alguém, ou optar por uma vida mais individualizada, deve-se conhecer a verdade. Aristóteles disse que a felicidade do homem consiste no livre exercício de suas faculdades mais elevadas. Portanto se um relacionamento nos reprime, jamais seriamos felizes dentro dele.

Hepatia de Alexandria, foi uma grande matemática, física, astrônoma e filosofa neo-plantonica, tida como uma das mulheres mais geniais de todos os tempo, quando a perguntavam por que ela jamais se casara, respondia que já era casada com a verdade.
E verdadeiramente, o grande deleite da vida não esta nos relacionamentos humanos, esta muito mais alem, de que podemos conceber e entender. Quando amamos queremos ser felizes, mas o amor torna uma pessoa, em grande escala, dependente da atitude de uma outra. Quanto mais a felicidade humana depender de causas exteriores, mas inconstante será. Portanto a vontade de amar diminui nosso potencial para a liberdade e felicidade.
Não tenho duvida que a serenidade seja o estagio mais feliz da condição humana.
E a alegria a maior sinalização de felicidade. Devemos deixar todas as portas abertas para ela. Jamais devemos permitir que a alegria saía de nossas vidas. Independente de fatores externos a alegria é sempre bem vinda, e uma solução para qualquer tristeza.

Talvez a maior qualidade do brasileiro, e onde seu povo é admirado mundo afora é justamente em sua alegria. Exemplificando claramente que alegria independe de riquezas ou bens materiais. Acima de tudo não devemos levar a vida tão a serio, mas seriamente.

Afinal o bom humor, como disse Schopenhauer é uma qualidade divina do ser humano.
Como seria muito mais trágica a vida se não fosse tão engraçada, e não fizéssemos tantas troças a instituição casamento.
E entre casar e rir - fico com a alegria do riso.

sábado, 10 de outubro de 2009

Metáfora do Porco-Espinho




O relacionamento humano é tão adverso e caótico, trago essa excelente metáfora do porco espinho, para exemplificar uma realidade:

"Um grupo de porcos-espinhos ia perambulando num dia frio de inverno. Para não congelar, os animais chegavam mais perto uns dos outros. Mas, no momento em que ficavam suficientemente próximos para se aquecer, começavam a se espetar com seus espinhos. Para fazer cessar a dor, dispersavam-se, perdiam o benefício do convívio próximo e recomeçavam a tremer. Isso os levava a buscar novamente a companhia uns dos outros, e o ciclo se repetia, em sua luta para encontrar uma distância confortável entre o emaranhamento e o enregelamento."

Schopenhauer nos mostra aqui com essa metafora, a infindavel questao do individuo, diante de sua eminente necessidade de sociabilizar e suas consequencias intrinsicas na perda da paz individual que essa "necessidade" acarreta.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Olhos Vendados



Temos uma rotina vertiginosa, que nos impossibilita viver fora do aquário muitas vezes.

Mas acredito que devemos em primeiro lugar ter a consciência desperta, não importando se estamos no ambiente frenético de trabalho, em uma festa ou coquetel, ou com nossos familiares.

Para não nos aprisionarmos na superficialidade da maioria, e seus valores distorcidos e fugazes. A felicidade é ser e não ter. E especialmente em nossa sociedade no trato com as pessoas esse conceito confunde as pessoas.

Se estamos lhe dando com um chefe, um cliente importante, um político influente, um milionário. Ou se estamos lhe dando com um garçom, uma faxineira, um motorista, um jardineiro. O trato deve ser igual. A cordialidade, atenção, os valores que trazemos e a nossa sinceridade tem que estar presentes, e sermos vigilantes para não cairmos apenas nos discursos bonitos, de democracia, igualdade e respeito. Acima de tudo temos que ser livres de convenções falsas e hipócritas. Por minha própria sorte tive oportunidades de vivenciar muito esses relacionamentos e tratamentos, posições sociais, e aprendi cedo ter equanimidade com as pessoas. E se tenho um conhecimento concreto que posso compartilhar é esse: Devemos nos relacionar e considerar pessoas e não coisas.

Não caia no erro de julgar pessoas pelo que trazem no bolso. Como disse o grande filosofo Schopenahuer; A nossa felicidade depende mais do que temos nas nossas cabeças, do que nos nossos bolsos.


Comparti-lho a observação de dois pensadores e filósofos do passado, que enxergavam alem da superfície, como poucos que passaram por esse mundo:


A principal verdade da arte de ser feliz continua sendo a de que tudo depende muito menos daquilo que se tem ou representa do que daquilo que se é. A personalidade é a felicidade suprema. Em todas as ocasiões possíveis usufrui-se na verdade apenas de si mesmo: se o próprio eu não vale muito, então todos os prazeres são como vinhos excelentes em boca azedada com fel.

ARTHUR SCHOPENHAUER


"O que precisamos saber é quanto vale a espada e não a bainha, porquanto talvez não demos grande coisa por ela. É necessário julgar o homem em si e não pelos seus adornos. Como disse um filosofo do passado;"Sabeis porque o achais grande? Porque o medis com o pedestal". O pedestal de uma estátua não é parte integrante dela. Devemos medir-lo sem pernas de pau, nem riquezas e dignidades: em mangas de camisas. São quadros para olhos remelentos, estufas para paralíticos.
Por isso diz Platão que a saúde, beleza, força, as riquezas e tudo o que consideramos felicidades são males para quem tem juízo errado. A menor picada basta para tirar todo o prazer que poderia ter em governar o mundo. A primeira pontada de gota, seja senhor ou majestade, "coberto de ouro ou prata", perde ele a lembranças dos palácios e grandezas. E por ser príncipe deixara de corar, empalidecer, de ranger os dentes quando tomado de cólera?"
Um homem de reais virtudes esta a quinhentas milhas de reinos e ducado, é ele próprio seu império.

MICHEL DE MONTAIGNE

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