sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Sofisma Da Mãe Maravilhosa



Ser uma boa mãe, eis a questão! Mas o que exatamente é uma grande mãe? No caso de mãe divorciada, que cria o rebento sozinho, certamente o esforço empreendido é praticamente dobrado com a ausência do pai. Mas o que é ser mãe alem de amar seu filho diariamente? Amar seu filho é prover todas suas necessidades, e usar a ultima economia para a aula de inglês desse. E estar presente sempre quando requisitado na escola, nas reuniões, no medico, no dentista, em todas suas necessidades diárias. Ate ai se faz rogar de um amor, pois esse é de extrema dependência. Agora o que é amar incondicionalmente um filho? É ai que vem a sublimação sobre a mãe comum, e o que de fato seria no conceito aqui de uma grande mãe. Amar o filho não tem necessariamente nenhum valor extraordinário, não pode ser bandeira. Pois é da natureza humana, proteger nossa própria extensão, o mesmo sangue, e ate pessoas sem nenhum código moral o fazem. Nisso somos parecidos com qualquer animal. O amor que falo, não vem do discurso sofista da mãe super protetora, mas sim do verdadeiro e puro amor, esse da abnegação, que sim deve ser discurso e prova viva de amor incondicional. É do amor que nos move a ponto de esquecermos-nos de nos, é a ponto de abdicarmos de nosso orgulho, de nosso estado de conforto, de nossa programação, para gerar a felicidade de nosso filho. É o amor que não quer troca, que se faz suficiente dando. É o verdadeiro amor, aquele da renuncia, pois muitas mães o que mais amam em seus filhos são elas mesmo. Falo do amor que a mãe tenha que passar por cima de si mesma, e com suas diferenças com o outro genitor, para que seja preservado o direito indelével do filho, receber o amor de um pai vivo. E isso compensa tudo;"Não me cabe conceber nenhuma necessidade tão importante durante a infância de uma pessoa que a necessidade de sentir-se protegido por um pai." -Sigmund Freud.

O verdadeiro amor e que se possa chamar de grande é acima de tudo livre. Apenas uma criança criada com liberdade afetiva, criara asas que a levara a voar sem traumas psicológicos. O sofisma da boa mãe que venho expor e que consome milhões de pessoas é o amor passional, aquele cego, que faz a mãe sentir parecer o filho uma parte do seu próprio corpo. E o estrago será inevitável e sofrido, pois, que esta fora de nos pode não nos ser indiferente, mas não a ponto de se colar a nos de modo que não se arranque sem nos esfolar e sem levar alguma parcela de nos. -Michel de Montaigne. Pois, “O essencial para nossa felicidade é nossa condição íntima e dela somos senhores”-Epicuro. E assim sendo, a pergunta fica, será que uma mãe que condiciona sua felicidade através do filho, e compromete a sua própria felicidade, poderá ser chamada de uma grande mãe? Definitivamente não! Pois, essa mãe é infeliz quando longe do filho e esse filho infeliz quando perto da mãe.

 
Santa Maria-RS, 8 de outubro de 2010

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