sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Jogo Desespero e Fascínio

No livro O Jogador, do genial Dostoievski, a quem Freud descreveu Irmãos Karamazov o maior romance já escrito, relata que ele próprio mergulhou por um período de sua vida, nos tentadores panos verdes, ou seja, no temível jogo. Ele foi um inveterado jogador de roleta.  Pois esse romance advêm dessa experiência pessoal. Sim só quem já passou pelos meandros da jogatina, sabe exatamente o que estou falando.

  Dostoievski vivenciou  nos cassinos alemães do sec.XIX, a vertigem de ser levado a ganhar em segundos milhoes, e o amargor terrível da perda, quando por um instante, um solavanco do destino, esse leva premeditadamente todas as  nossas fichas.

Seu livro O Jogador tem muito de autobiográfico, como a Casa dos Mortos, e de forma genial traz todos os meandros dessa insólita aventura dos cassinos. Sua vertiginante atração, que imediatamente recai sobre os mais sofisticados espíritos que seja.

O brilho da sua elegância despudorada e glamour do universo dos Cassinos e jogos, o desafio sobre a sorte num jogo contestante de coragem e perda, numa gangorra de emoções. A magnitude de suas glamourosas mulheres, dinheiro, dessa metáfora da vida, desbravada na retórica do ganhar ou perder.

Fica depois de um tempo, uma grande lição, pois quando somos atirados a emoções tão contraditórias e selamos nossos destinos a mercê do azar, mergulhamos a sofrimentos únicos, que por instantes nos alastra para todo o mal possível e narrável que podemos sentir na mais repleta frustração da perda, ao mesmo instante como por esperança o repente de uma possível futura vitoria, recompensadora dessa frustrante derrota do presente.
Poucas coisas no mundo pode causar tanto fascínio como o jogo, e tanto desespero na mesma proporção.
Pois por segundos é levado a uma gloriosa vitoria e na mesma velocidade e uma bancarrota homérica.

A experiência de estar metido nos labirintos do jogo é insólita, fascinante, degradante, podendo se tornar muito humilhante.
Quando perdemos controle  o objeto passa a controlar o individuo, são sintomas de um vicio descontrolado. E o que no geral leva os homens a vícios é a busca de uma alternativa para possíveis frustrações em seu mundo objetivo, o gosto pela conquista fácil e imediata, como uma fuga de uma realidade difícil de ser combatida. Não matando o sujeito, uma pessoa mais forte ressurge dessa experiência.




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