quinta-feira, 18 de junho de 2009

Até Onde Perdoar?

Constantemente lidamos com essa palavrinha, é uma grande constante em todos os sectores onde nos relacionamos com pessoas. Sempre nos esperam a dar, e quando somos "réu" a esperar.
A mais sabia atitude é não se colocar na figura de juiz ou inquisidor. Claro nós erramos, e pessoas erram umas com as outras.
Devemos ser justos acima de tudo, e ser justo é também ter consciência da probabilidades e repeticoes que esses erros podem repetir com o advento de um suposto perdão. Schopenhauer com muita sabedoria mais que qualquer outro, discorreu assim:

Perdoar e esquecer equivale a jogar pela janela experiências adquiridas com muito custo.

Se uma pessoa com quem temos ligação ou convívio nos faz algo de desagradável ou irritante, temos apenas de nos perguntar se ela nos é ou não valiosa o suficiente para aceitarmos que repita segunda vez e com frequência semelhante tratamento, e até de maneira mais grave.
Em caso afirmativo, não há muito a dizer, porque falar ajuda pouco.
Temos, portanto, de deixar passar essa ofensa, com ou sem reprimenda; todavia, devemos saber que agindo assim estaremos a expor-nos à sua repetição. Em caso negativo, temos de romper de modo imediato e definitivo com o valioso amigo ou, se for um servente, dispensá-lo.

Pois, quando a situação se repetir, será inevitável que ele faça exactamente a mesma coisa, ou algo inteiramente análogo, apesar de, nesse momento, nos assegurar o contrário de modo profundo e sincero. Pode-se esquecer tudo, tudo, menos a si mesmo, menos o próprio ser, pois o carácter é absolutamente incorrigível e todas as acções humanas brotam de um princípio íntimo, em virtude do qual, o homem, em circunstâncias iguais, tem sempre de fazer o mesmo, e não o que é diferente. (...) Por conseguinte, reconciliarmo-nos com o amigo com quem rompemos relações é uma fraqueza pela qual se expiará quando, na primeira oportunidade, ele fizer exactamente a mesma coisa que produziu a ruptura, até com mais ousadia, munido da consciência secreta da sua imprescindibilidade.



Arthur Schopenhauer, in 'Aforismos para a Sabedoria de Vida'

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Pesquisar este blog

Seguidores

Powered By Blogger

Quem sou eu

Minha foto
I´m someone who believe and accept that, life is change and changes comes from inside out. Who ignored it is still in dreams away from reality. Waiting for frustration to blame the world.